Um dos assuntos que mais circulou pela internet esta semana foi a ação de marketing viral da grife Diesel para divulgar suas festas intituladas Diesel XXX. A campanha utiliza vídeos e fotos pornográficas retrabalhadas com desenhos que encobrem seus elementos sexuais explícitos, deixando ao espectador a tarefa de reconstruir as situações originais em que as imagens foram feitas (algo bem fácil, analisando a natureza das imagens e as “poses” dos “modelos”). A campanha ainda brinca com o termo Safe For Work Porn (algo como “pornografia segura para ver no trabalho), criando um site especial para reunir as imagens.
A ação da Diesel dá visibilidade a algo cada vez mais comum em outros meios, como a música e a fotografia, nos quais a chamada cultura do remix tem muitos adeptos e crescente visibilidade. Trata-se de se apropiar de algo criado previamente por outra pessoa e juntá-lo a outras obras, modificando seu sentido original de forma que o resultado final seja uma nova obra.
Nas ruas, é comum a utilização de stencil e stickers nos quais fotografias são retrabalhadas para criar novo sentido (na maioria dos casos, de modo cômico ou relacionado ao ativismo político). Na música, álbuns inteiros são criados apenas com o uso de trechos de outras músicas. E na fotografia há uma longa tradição na utilização de colagens de imagens diversas.
O que ocorre atualmente é que a cultura digital potencializa o surgimento de novas obras derivadas de outras pré-existentes porque torna fácil a manipulação do conteúdo, seja ele áudio, vídeo ou imagens estáticas. Ao abolir a necessidade de conhecimento técnico para a manipulação das obras a cultura do remix aflora e demonstra que nada termina em si mesmo. Tudo pode ser retrabalhado e transformado em algo novo.
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